Economias de escalas

Nos dias de hoje muito se ouve falar em economia de escala em vários factores da indústria.

Mas afinal o que é a economia de escala? E como é que ela se pode reflectir no sector da construção?

Todas estas questões serão abordadas ao longo deste post de forma a clarificar este “mega tema” que tanto se fala nos dias de hoje.

As economias de escala são aquelas em que o aumento na produção resulta em uma queda do custo médio do produto. Para aumentar sua produção, é comum que a empresa tenha de aumentar também os factores produtivos utilizados no processo, como sua quantidade de máquinas e seu número de trabalhadores.

A economia de escala acontece quando o custo desse investimento cresce menos do que a produção resultante dele. O conceito de economia de escala é, portanto, uma relação não proporcional entre os custos médios dos produtos e o volume de produção.

A economia de escala ocorre quando o custo médio de produção fica mais barato à medida que aumenta a quantidade de produtos produzidos. Como não há aumento no custo de produção, o valor final do produto também tende a ficar mais barato, pois há um stock maior disponível. A ideia é vender sempre, considerando o menor custo possível.

A lista de empresas que ganha com este tipo de economia está longe de ser exaustiva.

No limite, diríamos mesmo que todos os sectores podem beneficiar de economias de escala, desde que exista algum grau de padronização da sua produção. Elas são a principal razão para as fusões e aquisições de empresas.

De qualquer forma a procura de economias de escala tem um lado negativo: a complexidade.

Algumas empresas tornam-se tão grandes que são praticamente impossíveis de gerir de forma eficiente. Os gestores de topo dessas organizações gigantes não têm outra opção se não a de criar diversos níveis hierárquicos, mecanismos de controle e todo o tipo de estruturas de apoio à gestão. A complexidade anula, pelo menos parcialmente, o benefício das economias de escala.

A economia de escala pode ser classificada em real e pecuniária:

  • Economia de escala real – Quando há menos fatores utilizados com o aumento da produção;

  • Economia de escala pecuniária – Quando o valor pago pela aquisição do material / produto ou serviço é menor com o aumento da produção.

Uma das vantagens da economia de escala é a redução de gastos, alinhada com o aumento dos lucros, já que o custo médio de produção por unidade é reduzido. Isso garante a possibilidade de oferecer preços mais competitivos para o consumidor, o que tende a impulsionar vendas.

Outra vantagem é para quem quer ter bom stock de produtos garantidos, já que comprar em quantidade expressiva e acima da média pode garantir preços menores. Só é preciso avaliar se o stock tem potencial real de venda dentro de um prazo adequado para que não se torne, no fim das contas, um prejuízo.

A economia de escala pode reduzir gastos não só na hora de produzir, mas também em outras acções da empresa, como desenvolvimento e inovação, campanhas de marketing, controle financeiro e distribuição.

No que toca à construção de moradias de madeira a economia de escala aplica-se essencialmente no ganho de áreas habitáveis comparativamente com as casas em alvenaria. O consumidor final consegue obter maior área de habitação na mesma área de construção.

Vamos dar um exemplo para ser mais perceptível a interpretação do ganho na área útil habitável numa casa de madeira, tendo em conta a diferença nas espessuras de paredes e eficiência energética das mesmas.

Casa T2 com área de implantação de 98,10 m2.

Em ambas as situações a área de implantação será a mesma, ou seja, quer para a construção em madeira quer para a construção em alvenaria a área total de implantação da moradia será igual.

Após a realização dos projectos para cada uma das situações chegou-se à brilhante conclusão que:

NOTA: As espessuras atribuídas às paredes da construção em Alvenaria não permitem atingir os mesmos níveis de conforto das paredes de madeira, de qualquer modo a simulação teve em conta a forma como normalmente se está a construir em Portugal.

Áreas úteis de Casa em Madeira:

  • Quarto - 12,85m2

  • Quarto - 13,64m2

  • Hall intimo - 2,26m2

  • WC - 5,45m2

  • WC Geral - 2,59m2

  • Sala de estar - 27,01m2

  • Cozinha e sala de refeições - 23,09m2

  • Paredes de madeira - 11,21m2

Áreas úteis de Casa em Alvenaria:

  • Quarto - 11,67m2

  • Quarto - 12,45m2

  • Hall intimo - 2,20m2

  • WC - 4,92m2

  • WC Geral - 2,39m2

  • Sala de estar - 25,18m2

  • Cozinha e sala de refeições - 21,08m2

  • Paredes de Alvenaria - 18,22m2

Resumidamente, a casa de madeira ganha 7,00m2 em área útil habitacional à casa de alvenaria, devido à espessura das paredes (zona cor de rosa).

Isto representa quase 8% de economia em termos de área Útil Habitacional.

Admitindo que ambas as moradias tinham o mesmo valor de construção, uma (casa de madeira) acaba por ter um ganho útil habitacional maior que a outra (casa de alvenaria),

Ou então...

Ao preço da casa em Alvenaria tem que acrescer pelo menos 8% a mais no valor da mesma!

Estes valores apresentados no exemplo em cima revelam que muitas das vezes as coisas não são bem aquilo que parecem!

Outro dos aspectos MUITO IMPORTANTE no que toca a economia de escala, tem também a ver com a optimização em projecto nas construções de madeira ( SEMPRE SE EDIFICAM BASEADO EM PROJECTO DE EXECUÇÃO ), que normalmente faz com que os orçamentos apresentados sejam efectivamente os valores REAIS de final de obra, situação que na maioria dos casos em Alvenaria, apresentam desvios até 25% ou mais, acima do que foi inicialmente apresentado.

É Importante, sempre que possível, tirar partido daquilo a que se chama a ECONOMIA DE ESCALA.