Qual o comportamento da sua casa em caso de incêndio?
Parece estranho, mas não é uma questão de a casa arder ou não, é uma questão de quanto tempo ela se aguenta sem colapsar em caso de incêndio. Esta é a verdadeira questão! Regra geral, não são as paredes que ardem, mas sim todo o recheio da moradia. Este sim, faz com que o fogo possa ter maiores ou menores dimensões.
O fogo é um dos grandes inimigos dos materiais de construção fazendo com que estes apresentem reações distintas, baseadas nos seus componentes e características. A madeira, de forma gradual, tende a reduzir o seu tamanho, o aço perde a rigidez e a resistência, o betão pode quebrar quando fica exposto às altas temperaturas. Como se pode ver, a madeira não é o único material de construção que pode sair prejudicado pela exposição ao fogo.
Quando submetida a condições de incêndio, a madeira apresenta uma boa resistência, mas apesar de ser do conhecimento público não existiam provas. Na época de 1950, vários materiais foram alvo de investigação para um melhor desenvolvimento quando expostos ao fogo. As conclusões colocaram a madeira no primeiro lugar do pódio graças ao seu comportamento e às suas propriedades físicas e mecânicas.
A madeira é um material combustível diferente do aço e do betão. Em condições normais, a madeira não se queima diretamente. Primeiro ela decompõe-se em gases que em exposição às altas temperaturas transformam-se em chamas que, por sua vez aquecem a madeira que não foi atingida, promovendo a libertação de gases inflamáveis, alimentando a combustão e criando, assim, um ciclo vicioso.
Por outro lado, peças de madeira com mais robustez, quando colocadas em exposição ao fogo, criam uma camada superficial de carvão que funcionam como isolante, impedindo a rápida saída de gases inflamáveis e a propagação de calor para o interior da secção. Este evento promove uma diminuição da velocidade de degradação e aquecimento do material, colaborando favoravelmente na capacidade de sustentação das cargas de edificação. Isto só é possível devido à conservação das propriedades físicas da madeira mesmo após ter sido exposta a elevadas temperaturas.
Na imagem seguinte é possível reparar que existem dois tipos de vigas - maderia e aço. É de notar que a viga de madeira ainda suporta o peso das vigas de aço que ficaram destruídas devido às elevadas temperaturas.
Também é importante constatar que esta viga mesmo após estar a queimar durante 30 minutos, ainda se mantém em bom estado de utilização após a sua recuperação.
As propriedades térmicas e as propriedades ligadas à resistência e rigidez da madeira são as que mais influenciam o seu desempenho. A maioria destas propriedades está relacionada com fatores próprios desta matéria prima, tais como a densidade, o teor de humidade, a orientação da grã (disposição geral das células da madeira em ralação ao eixo da peça estrutural), a composição química, a permeabilidade, a condutividade térmica e fatores externos (temperaturas de exposição ao fogo, duração da exposição e ventilação no ambiente).
Assim sendo, através destes conhecimentos conseguimos avaliar a segurança das estruturas afetadas por um incêndio e prever o tempo de resistência das estruturas de um edifício.